A certeza nacional. |
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Esta reportagem foi integralmente retirada de uma revista Motojornal dos anos 00. O texto é da responsabilidade de Domingos Janeiro e as fotos de Rogério Sarzedo. O site www.motorizadas50.com com a publicação destas reportagens pretende partilhar informações importantes sobre a única marca nacional que ainda produz motociclos. Se os autores/ responsáveis por estas reportagens acharem que este site ao publicar estes textos está a ir contra os interesses das publicações, enviem por favor um e-mail para motorizadas50@gmail.com que as mesmas serão imediatamente retiradas...
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A afirmação da única marca de motos portuguesa vai-se processando a passos curtos mas calculados e firmes. Prova disso é a evolução do modelo de 125cc, que põe à disposição dos mais jovens uma solução "made in Portugal" muito equilibrada e a preço muito convidativo.
A cidade é sem dúvida nenhuma o seu palco de eleição e onde nos proporciona melhores momentos. Para fora de estrada as suspensões já não se mostram tão eficientes.
Continuando a levar o nome do nosso país ao mais alto nível, a firma de Penafiel apresenta novas propostas anti-crise.
Depois de algum tempo em "stand by" a firma de Penafiel volta à carga e melhor do que nunca. Os seus modelos surgem agora melhorados, quer a nível de ciclística como de mecânica, fazendo prever que a marca vai continuar no caminho do sucesso que tanto se tem esforçado para alcançar. Falamos naturalmente da renovada 200cc, da novissíma 250 de injecção e, mais concretamente neste trabalho, da PR3 125 Enduro. A mais "pequena" da gama cativa-nos logo no primeiro olhar pelas suas formas simples, desportivas e esguías, bem como pelas dimensões e peso contido. Com uma longa história no Nacional de Enduro, a AJP continua a aplicar todos os seus conhecimentos e experiência resultantes da competição para equipar os seus modelos para o maior desafio, o dia-a-dia nos grandes centros urbanos. A renovada 125cc surge assim com fortes e válidos argumentos para voltar a captar a atenção dos mais novos para fazerem deste modelo o eleito para o seu quotidiano.
Abordagem amigável.
A versatilidade, facilidade de utilização, estética apelativa e moderna são os principais requisitos para quem procura uma moto para enfrentar a urbe diariamente. A AJP oferece isso e muito mais. A facilidade e o à vontade com que assumimos os seus comandos levam-nos a poder afirmar que é uma optima porta de entrada para os jovens que pretendem dar os primeiros passos no mundo das duas rodas. As dimensões são muito contidas, e a distância do assento ao solo não dificulta a vida dos utilizadores de menor estatura. O reduzido peso do conjunto é outro dos seus trunfos tanto para uma aprendizagem mais rápida, como para maior confiança e segurança dos novos "recrutas" das duas rodas. Subimos para uma moto, mesmo com esta desligada, e temos logo a sensação de segurança, deixa-nos de imediato à vontade e com um enorme desejo de explorar a moto. Quando a ligamos, engrenamos a primeira e obtemos uma enorme suavidade de motor, ainda mais à vontade ficamos. Uma perfeita porta de entrada no mundo das motos e uma professora exímia são atributos deveras interessantes que aliados ao baixo preço (2825€) poderão fazer renascer para a ribalta uma AJP algo adormecida no nosso mercado.
Sensações.
A PR3 não promete sensações fortes, apenas pretende ser uma moto versátil tanto na realidade agitada das grandes cidades, como proporcionar agradáveis momentos fora de estrada. Para a cidade cumpre os seus propósitos na perfeição, com uma ciclistica muito fácil de entender e uma maneabilidade invejável. Para além das dimensões e peso contidos, a forquilha convencional Paioli (diâmetro de 36mm com 220mm de curso) e o mono-amortecedor traseiro Ollé com 240mm de curso, vêm com o "setting" indicado para rodar em cidade. Quando optamos por rodar fora de estrada, notamos que a frente se mostra um pouco seca e o mono-amortecedor demasiado brando, mas para os mais exigentes, existe a versão PRO (ver caixa) com suspensões de luxo!
AJP vista à lupa:
Braço oscilante: O braço oscilante desenvolvido pela firma portuguesa, continua a oferecer um funcionamento efectivo, ligado a um amortecedor que cumpre com distinção a sua função em cenários citadinos. Assento: O assento empurra-nos para a frente e afunda um pouco. Ainda assim não causa demasiado desconforto aos utilizadores nas pequenas\médias deslocações. Motor: O motor monocilíndrico, refrigerado a ar, com duas válvulas, debita 12,6 cv de potência, distribuídos de forma muito suave por toda a faixa de utilização. É mais alegre na gama mais elevada de rotação. Óptica frontal: A óptica frontal apresenta um design simples mas bem ao estilo endurista. No seu interior os fios encontram-se demasiado expostos a brincadeiras de mau gosto. Travagem: A travagem da nova PR3 125 mostra-se potente, mas o tacto requer alguma habituação. O conjunto de suspensões vem com o "setting" ajustado para o funcionamento em cidade.
É uma ciclistica que não é exigente, mas o corpo do utilizador acusa algum desgaste depois de fazermos vários quilómetros, devido ao "afundar" natural do assento, que nos obriga a conduzirmos sempre na mesma posição e às vibrações provenientes do motor (problemas estes que já se encontram em fase de estudo e a serem desenvolvidas soluções para minorar esse efeito). O guiador é largo, transmitindo uma maior sensação de envolvência da moto por parte dos utilizadores, com um painel de instrumentos muito simples e com mostrador digital, que contém a informação básica, como o conta-quilómetros total e parcial. Os comandos também são muito simples e de fácil manuseamento. O corta- corrente, ao contrário do que sucede em todos os outros modelos, não corta o funcionamento do motor de arranque, ou seja, mesmo com este colocado na posição de "corte" o motor de arranque dá sempre sinal, que para os mais distraídos pode ser um factor que irá ajudar a descarregar a bateria mais facilmente. Caso a bateria descarregue tempos sempre a possibilidade de recorrer ao pedal e pôr a PR3 125 a rodar manualmente. A parar este conjunto "peso pluma" encontram-se um disco dianteiro de 260mm com pinça de dois êmbolos e um traseiro de 185mm também com pinça de dois êmbolos. A primeira impressão que temos é que o tacto, principalmente da manete que acciona o travão dianteiro, não é a melhor, mas passados alguns momentos começamos a entender depressa o seu funcionamento. O depósito de combustível colocado por baixo do assento, na parte traseira, permite uma melhor distribuição de massas, mas apresenta algumas debilidades como a ausência de fechadura no tampão (muito importante visto que é uma moto citadina) e outro ponto menos favorável é o respirador colocado no lado do descanso lateral, fazendo com que ao atestarmos a PR3 125 125 comece a cair gasolina com alguma intensidade para o chão. Aconselhamos que ateste uma vez para verificar o limite, passando assim a atestar sem perder combustível. Quando montamos este modelo sentimos uma total confiança pois encaixamo-nos na perfeição no conjunto rodando com muito desembaraço nas cidades e fazendo sempre que cada viagem seja um prazer e não apenas um dever.
Seja com rodas de piso misto, seja com rodas SM, a AJP revela sempre um funcionamento homogéneo e muito equilibrado.
A quatro em um Versão SM e PRO
Ainda com base no mesmo motor e ciclística é-nos possível comprar um modelo e ficarmos com... dois! "Yes we can", basta para isso comprar um jogo de jantes de 17" que montam pneus de 100\80-17" na frente e 130\70-17" atrás. Os benefícios da ciclística são exactamente os mesmos que na versão de Enduro, bem como o comportamento do motor. Então quais são os beneficios desta versão SM? É principalmente a facilidade e maior segurança que temos na abordagem a curvas mais rápidas ou mais fechadas, e a velocidade de ponta que aumenta cerca de 15 km\h mais que na versão "mista". Para os mais exigentes estão ainda à disposição outro modelo em quase tudo igual ao que descrevemos aqui, com a pequena grande diferença do conjunto de suspensões. A versão PRO vem equipada com uma forquilha invertida Marzocchi de 45mm e 260mm de curso na frente e um mono- amortecedor ZF Sachs atrás com curso de 280mm. Com este conjunto de suspensões de luxo ganhamos uma ciclística completamente diferente, capaz de enfrentar os circuitos mais exigentes.
Pequeno mas generoso
Não foi feita para grandes "apertos" mas sim para nos proporcionar bons momentos de descontracção e lazer. O monocilíndrico a 4T, de refrigeração por ar e duas válvulas, disponibiliza uma potência de 12,6 cv (segundo o fabricante),, que revela uma serenidade que nos afasta de imediato qualquer ideia de devaneios. Apenas passamos a querer rodar e rodar nas cidades ou no monte aproveitando ao máximo a facilidade com que se deixa explorar. Os arranques são timidos e demora algum tempo a subir de rotação, mas uma vez nos terrenos das altas rotações, passamos a contar com uma moto mais solta e alegre. Também é dada à "ramboia" mas para isso temos que nos aplicar e provocá-la, e principalmente manter sempre o motor na gama mais alta de utilização. Este pequeno propulsor faz uma média de consumo da ordem dos 4,2 litros aos 100km, com o acelerador, naturalmente, quase sempre no máximo.
Mesmo com os dias a fazerem-nos lembrar os países nordicos, não podemos deixar de reparar no excessivo calor que o motor emana do lado direito, principalmente quando estamos em cidade, com os tradicionais "para-arranca". O funcionamento da embraiagem deixou-nos um pouco apreensivos, pois revela um funcionamento irregular, mesmo que a afinemos, tem tendência a ser brusca e por vezes, em subidas ou arranques mais exigentes, notamos um ligeiro patinar dos discos. Muitos destes "contras" já estão a ser revistos pela fábrica, mas para já fica a certeza de um modelo muito equilibrado, muito ajustado às necessidades dos jovens e uma boa escola para quem dá os primeiros passos no mundo das duas rodas.
O painel de instrumentos é muito simples, talvez simples demais, onde a ausência mais notada é a luz indicadora de entrada na reserva de combustível.
Devido ao seu carácter citadino, um tampão com fechadura era muito bem-vindo, mas destaca-se a sua colocação na traseira do assento, um "must" da AJP.
O escape é de concepção simples mas está bem enquadrado no conjunto e transmite-nos uma voz rouca e abafada.
Gostámos: Da simplicidade e modernização das linhas, da facilidade com que se deixa explorar e principalmente da boa maneabilidade independentemente do cenário onde nos encontremos. Para cidade revela um compromisso muito interessante com um preço muito acessível para os dias difíceis que enfrentamos. Não gostámos: Das vibrações do conjunto, bem como outros ligeiros detalhes como: ausência de fechadura no tampão da gasolina, o sistema de corte de corrente, desenho do assento e falta de indicador da reserva. No global: A AJP está empenhada em dar a volta à crise e sair por cima. As propostas surgem agora com mais argumentos que nunca, muito interessantes estética e mecanicamente, conseguindo disponibilizar várias combinações para um mesmo modelo e ao alcance de qualquer bolsa. Pontuação em 10 pontos possíveis: 7 valores
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