O regresso. |
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Esta reportagem foi integralmente retirada de uma revista Motojornal de 2010. O texto e as fotos são da responsabilidade de Mário Figueiras O site www.motorizadas50.com com a publicação destas reportagens pretende partilhar informações importantes sobre a única marca nacional que ainda produz motociclos. Se os autores/ responsáveis por estas reportagens acharem que este site ao publicar estes textos está a ir contra os interesses das publicações, enviem por favor um e-mail para motorizadas50@gmail.com que as mesmas serão imediatamente retiradas...
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Sem perder de vista a sua tradicional filosofia construtiva, a AJP apresentou finalmente a muito aguardada dois e meio a quatro tempos. A PR5 é a primeira moto da nova era da marca nacional e promete agitar o mercado com o seu preço competitivo e comportamento de elevado nível.
Na altura em que estiverem a ler estas linhas a AJP PR5 terá o seu primeiro "teste de fogo" perante o exigente público internacional, iniciando o contacto com os muitos milhares de visitantes que o salão de Colónia por certo vai atrair. Estas são as primeiras imagens da nova "menina" de António Pinto que esteve a ser finalizada diante dos nossos olhos, na véspera da partida para a Alemanha- é caso para dizer que até ajudámos a colocar os autocolantes! A PR5 é uma moto muito importante para a marca pois irá permitir entrar em segmentos de mercado mais competitivos mas também de maior volume e superior valor acrescentado, mas apesar do aspecto mais encorpado e moderno, e até a estreia de um sistema de injecção electrónica de combustível, é uma moto que pretende continuar a defender o estilo e posicionamento do construtor, assente na inovação tecnológica (quadro de alumínio, depósito de combustível central e braço oscilante em alumínio fundido, soluções que a AJP utiliza desde há vários anos e que só agora os outros fabricantes seguem) associada a produtos de baixo custo de aquisição e manutenção, e de fácil utilização mesmo para os pilotos menos experientes. Com lançamento previsto para a próxima Primavera, esta nova máquina pretende atacar o mercado com um preço muito competitivo apesar do elevado grau de equipamento ciclístico que monta e para os responsáveis da AJP o objectivo é comercializar a PR5 com um valor abaixo dos 5000 euros.
O motor a quatro tempos que anima a PR5 é uma réplica do comprovado monocilíndrico da XR 250, mas equipado com injecção.
A mais recente criação da marca nacional pretende chegar a um público mais exigente mas volta a encarnar o espírito do fabricante ao posicionar-se como uma proposta acessível a todos os níveis, mas com um comportamento dinâmico exemplar, fruto de uma ciclística de eleição que aposta numa forquilha Marzocchi invertida totalmente ajustável e com baínhas de 45mm de diâmetro. A versão definitiva deverá estar equipada com uma evolução desta unidade, com baínhas revestidas por DLC, para menor atrito. As mesas de direcção também deverão ser pintadas a preto.
Travões de disco em ambas as rodas, provenientes dos experientes espanhóis da AJP (coincidência de nomes) deverão ser exemplares na desaceleração de um conjunto agradável e compacto.
A ponteira de escape por enquanto é uma estupenda FMF e quanto ao motor, para além das suas qualidades em termos de economia e reduzida manutenção, com a injecção conseguirá não só cumprir normas de emissões mas também proporcionar um melhor nível prestacional.
Guiador Reikon em liga leve e com diâmetro variável, instrumentação digital e tranca de direcção no canhão da ignição.
O equipamento ciclístico da PR5 é de topo e inclui o soberbo braço oscilante em alumínio fundido que foi desenvolvido para o protótipo da 400.
Para além do soberbo aspecto proporcionado pelas traves laterais do quadro em alumínio, neste modelo com uma tonalidade mais escura face às PR mais pequenas, destaque para a inclusão de um bem dimensionado amortecedor Sachs totalmente ajustável e com reservatório separado, embora com uma construção mais compacta do que é habitual.
O reservatório de combustível volta a estar alojado no centro da moto, debaixo do assento e o respectivo tampão segue por isso o exclusivo posicionamento que já conhecemos de outros modelos da marca. A PR5 também será declinada numa versão Supermoto, a lançar na mesma altura.
António Pinto - A PR5 segue a filosofia da AJP
Qualquer trabalho de apresentação de um novo modelo da AJP ficaria incompleto sem ouvirmos o fundador da empresa e grande responsável pelo desenvolvimento de todos os novos produtos do construtor nacional, incluindo esta PR5. António Pinto aposta muito na dois e meio que agora mostra ao mundo e é com uma confiança reforçada que encara o futuro da única marca portuguesa de motos em actividade: "Neste momento a situação da empresa está de facto mais confortável, depois da entrada de uma Capital de Risco no capital da AJP, o que nos vai permitir trabalhar de outra forma e com uma segurança acrescida. Vamos poder executar os projectos que temos vindo a desenvolver com uma rapidez superior. Este projecto da PR5 não é novo mas actualizámos o conceito e chegámos à altura de poder lançar esta moto, cuja estreia vai ser feita no salão de Colónia, onde espero receber muitas críticas, positivas e negativas, para podermos corrigir o que está mal. A partir daí vamos contactar com os nossos importadores de forma a ouvir as suas sugestões e então avançar para a produção, sendo minha vontade ter a moto disponível ao público em Março ou Abril do próximo ano. A PR5 incorpora tecnologia mais avançada do que é normal na AJP, nomeadamente ao nível da alimentação. "É verdade e a utilização da injecção electrónica acabou por atrasar também o desenvolvimento desta moto, de modo que isso não se deveu apenas à dificil situação em que nos encontrávamos. Como sabes, nós temos o depósito de combustível atrás e isso cria-nos muitas dificuldades para trabalhar com um carburador. Na PR3 conseguiu-se ultrapassar essa situação, na PR4 também, mas nesta moto, como o fluxo de ar é muito superior, era quase impossível executar este plano. Tivemos muitos contactos com inúmeros fabricantes de sistemas de injecção mas havia sempre alguma dificuldade. Conseguimos finalmente chegar a uma solução com a Delphi e tenho que salientar a forma espectacular como acolheram o nosso projecto e nos têm ajudado, colaborando activamente no desenvolvimento da injecção para a nossa moto.
Temos já marcada uma viagem à China no final deste mês para termos formação técnica, pois apesar da empresa ser norte-americana, é na China que actualmente faz este trabalho. Vamos também comprar bancos de ensaio para posteriormente fazer todo o trabalho de desenvolvimento aqui na empresa. A AJP PR5 é uma clara evolução face aos modelos anteriores, mas quanto à manutenção da filosofia construtiva da marca, António Pinto é peremptório: "Nos queremos ter uma ciclistica de luxo mas inserida num conjunto muito acessível e fácil de utilizar. Com este modelo queremos chegar a um cliente que ainda não se tinha identificado com a gama da AJP: a PR4 era pequena, de certa forma, a PR3 ainda é mais pequena, e por isso era urgente responder aos pedidos dos clientes que queriam uma moto maior. O sonho, no passado, foi uma 400 ou uma 450, mas neste momento a realidade do mercado é outra e tudo indica que o melhor que temos a fazer é apostar forte numa 250 que permita o mínimo de manutenção, mas em que a ciclistica, como referi, seja de primeira qualidade. A PR5 é uma moto extremamente fácil de utilizar e essa foi outra característica que nós percebemos estar neste momento a faltar ao mercado, pois mesmo os pilotos consagrados ou muito rápidos se queixam da potência exagerada das actuais 450. Este motor andou a rolar connosco durante cerca de dois anos e depois foi todo desmontado, como viste, ficando claro que que é uma uma unidade muito fiável, necessitando de uma manutenção mínima, para além de que a adopção da injecção electrónica vai acabar por melhorar as características de resposta do motor, pois nós fizemos todos os testes ainda com carburador. O facto de ser refrigerado por ar também uma opção nossa pois temos à nossa disposição motores com refrigeração líquida, mas para servir os nossos objectivos em termos de preço e manutenção - até numa queda, onde não existem radiadores para "amassar" - penso que esta unidade é melhor." |