Casal Bossini.

Mudam-se os tempos...

Esta reportagem foi integralmente retirada de uma Revista Motociclismo . O texto é da responsabilidade de J. Carlos de Almeida e as fotos são da responsabilidade de Alberto Pires.

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Foi com enorme interesse que aceitei o convite da Metalurgia Casal para efectuar este teste. É que sempre fui um apaixonado pela Boss, desde que peguei numa moto pela primeira vez, e não podia deixar de estar curioso para ver a sua ultima evolução... Mas como eu estava enganado, a Bossini não é uma evolução da Boss, mas antes um ciclomotor completamente novo que, tirando o motor, nada tem a ver com algum modelo produzido até hoje na fábrica de Aveiro.

 

 

Ao longo dos tempos, a Metalurgia Casal foi-nos habituando a produtos de boa qualidade e grande resistência embora recorrendo a soluções estéticas por vezes duvidosas e a tecnologias que, apesar de simples e fiáveis, nem sempre acompanhavam o últimpo grito da moda.

Isto acabou por se reflectir numa menos boa aceitação por parte dos motociclistas ( e refiro-me a motociclistas, não a indivíduos que compram uma motorizada por não terem dinheiro para comprar um automóvel), principalmente desde a importação das máquinas Italianas e Japonesas atingiu volumes significativos.

Esta situação, a meu ver, não se manteve por acaso, pois apesar de não ser muito agradável para nós, amantes do motociclismo, as empresas  não são obras de beneficiência e têm que produzir aquilo que mais procura tem, pelo que, embora fosse possível fazer muito melhor, a Casal acabou por se ver  obrigada a manter-se fiel ao "forte, feio e bruto" ( só sendo notória uma alteração dessa política num passado muito próximo). Porquê?

Porque os "meninos bem" que vão comprar as suas supersport de 50cc não querem máquinas portuguesas, pois o que é estrangeiro é que está a dar e não se importam de pagar o dobro ou o triplo por uma 50cc importada. É que a tecnologia está toda no estrangeiro e quando a qualidade foi distribuída, Portugal estava fechado para balanço... Quem já visitou a fábrica de Aveiro, quem já viu o parque de maquinaria, quem já viu a qualidade de produção da Metalurgia Casal ( dizem as más linguas que há muito equipamento estrangeiro pago a bom preço que sai da Metalurgia Casal para ir lá fora levar os selos e volta para cá) sabe que isso não é verdade. Neste país ainda existe muita qualidade de produção e não acreditem que não é possível fazer melhor, desde que não obriguem os fabricantes a orientar a sua produção para as máquinas baratas, em vez de modelos de qualidade. Podemos encontrar um exemplo do que estou a dizer se recuarmos um pouco no tempo, até à década de 60 ou 70, onde encontrámos na Casal algumas realizações bastante vanguardistas para a època, como seja o motor de admissão por válvola rotativa, um dos primeiros- senão mesmo o primeiro- motor de 50cc refrigerado por água, ou o travão de disco ( de accionamento mecânico) na roda dianteira da primeira Casal 125, e tudo isto acabou por ficar na gaveta devido à pouca aceitação do mercado nacional às inovações de um fabricante português.

Mas, mudam-se os tempos e mudam-se as vontades. O mercado comum vai abrir brevemente as suas portas e a política de mercado de todos os fabricantes nacionais tem, obrigatoriamente, que mudar e os reflexos disso estão à vista quando olhamos, por exemplo, para as Macal Trail II, ou MVM Djerba e GPR ( não falo na Famel porque até agora só vi protótipos e mais protótipos), modelos que não conseguindo ainda apresentar a qualidade de construção das motos importadas já apresentam soluções técnicas equivalentes, uma estabilidade e segurança em alguns casos até melhor do que é feito lá fora, e principalmente um quociente qualidade/ preço muito abaixo das máquinas importadas.

 

Seja qual for o ângulo, a Bossini é sempre agradável à vista.

 

A surpresa

 

A Bossini enquandra-se exactamente nessa evolução qualitativa que se tem vindo a registar e confesso que quando cheguei a Aveiro não esperava que ela me conseguisse surpreender como me surpreendeu. Os acabamentos deste modelo são fabulosos e apesar de já ter visto a Bossini no salão do Porto, continuava  à espera daqueles acabamentos sofríveis a que fomos habituados ao longo de muitos anos pela generalidade das marcas portuguesas, pois às vezes o que se mostra no salão e o que aparece mais tarde à venda são coisas um pouco diferentes, e tendo em consideração que o motor Casal de duas velocidades é um verdadeiro ex-libris da marca de Aveiro e aceitação de modelos equipados com este motor constitui sempre uma enorme fonte de receitas para a Casal ( basta recordar que ainda este ano a Boss foi o ciclomotor mais vendido em Portugal), parti do princípio que em equipa que ganha não se mexe e esperava, como já referi, encontrar apenas uma Boss revista em termos estéticos. No entanto, este novo produto da Metalurgia Casal não tem nada a ver, nem com a Boss, nem com nenhum outro modelo alguma vez fabricado. É realmente um corte absoluto com tudo o que até hoje saiu da marca de Aveiro, principalmente se atendermos ao cuidado de construção, aos acabamentos até hoje nunca vistos numa Casal ( e não me refiro apenas à unidade testada, pois tivémos hipótese de ver um lote de Bossinis já prontas e todas elas impecáveis), às bonitas linhas exteriores, ao agradável painel de instrumentos e até a alguns pormenores técnicos, como o arranque electrico, o revestimento das bainhas da forqueta em crómio duro, ou o mono-amortecedor hidropneumático da casa Italiana Sebac.

Só tenho pena que o conjunto motor/caixa se mantenha inalterado ( é o Casal M147 já nosso conhecido da Boss, apenas com um colector de admissão diferente) e principalmente que o Bing 17 que tantas dores de cabeça dá aos proprietários das Boss continue a ser usado mas, enfim, segundo pareçe, o orçamento não dava para mais. Bom, mas o facto deste conjunto motor/ caixa continuar a ser usado também tem vantagens, como seja, por exemplo, o facto de ter já dado amplas provas de grande fiabilidade e resistência aos maus tratos e, quanto mais não seja, podemos ter a certeza que ninguém fica na estrada, uma vez que qualquer "tasco" consegue dar-lhe assistência (melhor ou pior) tal a sua simplicidade e devido ao facto de ser um motor de "guerra" que aguenta tudo mais alguma coisa e olhem que fala a voz da experiência, pois também eu iniciei a minha carreira de motociclismo com uma Boss e vi bem as barbaridades que se faziam e fazem a estes motores.

 

O painel de instrumentos é bastante agradável, para além de facilmente legivel.

 

Dentro dos limites

 

Mas vamos lá ao teste propriamente dito: para quem ia a espera à espera de uma Boss evoluída, a maior dificuldade está em resistir à tentação de ir ao "kick starter", em vez de usar o botão de arranque, até porque o "kick" chama a atenção por estar tão saliente que acaba por atrapalhar. Pessoalmente preferia que ele nem sequer existisse neste modelo, pois que eu saiba, em caso de falha do arranque eléctrico este não é necessário para pôr o motor a funcionar, e se o tirassem fora, pelo menos não incomodava. É bem verdade que num motor com estas características o arranque eléctrico não é indispensável, mas também é verdade que  é muito prático, principalmente para quem anda pequenas distâncias dentro da cidade e está constantemente a estacionar e a arrancar, até porque é estremamente fácil de usar, basta carregar no botão, dar uma pequena aceleradela e o motor começa a trabalhar sem problemas. O nível sonoro é razoável, fruto de um silenciador bem concebido, de uma caixa de filtro de ar revista e de um colectro de admissão pouco rectilíneo ( estes dois últimos pontos evitam o típico som do vácuo no carburador ao acelerar), mantendo-se, apesar destas alterações, uma resposta suficientemente rápida. Engrenando a primeira nota-se aquele típico "trunk" do motor Casal de duas velocidades. O curso do selector é enorme e a precisão da caixa deixa realmente muito a desejar, mas, pelo menos, é robusta. Uma vez em movimento, nota-se bem a elasticidade deste grupo termodinâmico, sendo possível engrenar a segunda a 5km/h que o motor não morre, contudo, nos regimes mais elevados, a potência cai subitamente, deixando notar que o motor quer ir mais além mas a alimentação e escape são insuficientes, talvez por culpa do novo colector, com demasiadas curvas e/ou devido ao novo filtro de ar, mas a verdade é que estas soluções permitiram civilizar este motor, mantendo níveis de ruído bastante aceitáveis e quem quer um motor muito potente e rotativo compra uma moto de competição e não uma Bossini. Parabéns à Casal por esta opção, já é hora de civilizar os motociclistas portugueses e dar-lhes conforto e segurança em vez de super- performances.

Falando em conforto, devo dizer que a primeira reacção que tive ao sentar-me na Bossini foi de  surpresa: ela é realmente confortável. A posição de condução está de acordo com o espírito do modelo, ou seja, entre o ciclomotor e a scooter e apenas o facto do banco ser um pouco estreito e duro impede a atribuição da nota máxima neste item. O banco abre com chave e levanta para dar acesso à bateria, ao depósito de combustível e a um pequeno compartimento e só é pena a existência de duas chaves, uma para ligar a moto e levantar o assento e outra para a tranca da direcção, mas pelo menos são verdadeiras chaves e não um pedaço de chapa como era habitual, o que já é um pouco melhor do que é habito nas motos portuguesas, que, ou não têm chaves ou tem umas amostras.

 

O banco é rebatível e dá acesso ao reservatório de combustível, bateria e a um pequeno compartimento. Uma nota positiva para o facto de possuir fechadura.

 

O escape não é particularmente bonito, mas é silencioso e está bem "disfarçado" pelo protector, enquadrando-se perfeitamente nas linhas da Bossini.

 

A Bossini utiliza mesmo chave e não pedaços de chapa disfarçados e só é pena que sejam necessárias duas chaves: uma para levantar o assento e para a ignição e outra para a tranca de direcção.

 

Acabamentos

 

Uma boa nota para o painel de instrumentos que, para além de bonito, mostra-se facilmente legível e simples, incluindo apenas, para além do velocímetro, três luzes indicadoras o que, no modelo em causa, é mais que suficiente. Os comutadores de luzes e piscas estão bem situados e são de facil acesso, excepto o do arranque que pelo facto de estar colocado no lado direito complica um pouco se fôr necessário acelerar ao mesmo tempo. Pena que os punhos continuem com aquele tacto típico do plástico de má qualidade, já que este modelo merecia algo francamente melhor. Falando dos plásticos, estes parecem muito bem construídos e apenas alguns pormenores de acabamento ( nada de grave) me impedem de dar uma excelente nota neste item, e apesar da sua aparente fragilidade são suficientemente deformáveis para resistir a pequenos impactos sem partir. Uma referência menos positiva para os piscas que podiam ter um desenho mais agradável e mais de acordo com o espírito deste modelo e uma referência mais positiva para a existência de bateria, indispensável para o funcionamento do motor de arranque e que melhorou bastante a regularidade da corrente eléctrica, diminuindo as variações de luminosidade em função da rotação do motor.

Em movimento, o conforto só fica parcialmente comprometido  pela falta de hidráulico e pelo pequeno curso da suspensão dianteira, enquanto que na traseira o funcionamento é bastante melhor, talvez com demasiada mola em relação ao hidráulico para o meu (pouco) peso, sendo confortável apesar de um pouco saltitante. Nos travões, nota máxima para o tambor traseiro que mostra grande potência e progressividade e nota mínima para o travão dianteiro que, na máquina testada, deixava bastante a desejar. Contudo, fica o benefício da dúvida pelo facto da Bossini que esteve à nossa disposição já ter alguns quilómetros e o mau funcionamento do travão se pode dever ao desgaste das maxilas.

 

Infelizmente continua a ser utilizado o carburador Bing 17 que tantas dores de  cabeça tem dado, mas a caixa de filtro de ar é nova e contribui para a diminuição do nível sonoro da Bossini.

 

Comportamento

 

Em termos de comportamento, a palavra chave deste modelo é, sem dúvida, a maneabilidade. A sua coluna de direcção bastante fechada permite uma frente bastante nervosa e incisiva ( parece uma scooter) o que, aliado ao seu baixo peso, facilita as manobras a baixa e a média velocidade no trânsito citadino, sendo apenas notória a falta de hidráulico e o reduzido curso da suspensão dianteira, mais por razões de conforto do que por razões de segurança). Infelizmente, ao atingir velocidades mais elevadas, esta super-maneabilidade- ajudada pelo mau trabalho da suspensão- torna a frente pouco precisa, o que, a meu ver, pode provocar situações pouco agradáveis, sobretudo em pisos muito degradados, mas os adeptos deste tipo de moto/ scooter apreciam bastante este tipo de frente, preferindo a maneabilidade à estabilidade e gostos não se discutem.

Pessoalmente, tirando um ou outro detalhe, acabei por sair de Aveiro com óptima impressão da Bossini. Não é a personalização da perfeição, mas é um enorme passo para o futuro, onde os fabricantes nacionais vão ter que lutar com as melhores realizações estrangeiras, sendo necessário cada vez mais uma procura de melhores acabamentos, de linhas exteriores agradáveis e de boa qualidade de construção. Comparando a Bossini com algumas máquinas deste segmento podemos facilmente tomar consciência do real valor deste modelo pois se, por exemplo a Honda Wallaroo continua com uma qualidade muito superior à  Bossini, também a moto portuguesa apresenta um preço inferior e uma estética, a meu ver, quase tão agradável como a sua concorrente nipónica e se a compararmos com a Derbi DS50, que apresenta um preço mais próximo, então a Bossini já não sai em desvantagem, apresentando-se não apenas como mais barata mas ainda com umas linhas exteriores mais agradáveis e uma parte ciclística mais evoluída.

Parabéns meus senhores, a aposta está ganha. Mas fazer uma "forcinha" para não dormir à sombra do sucesso, pois ainda falta renovar o resto da linha e o mercado comum está praticamente a abrir as suas portas.

 

 

 

Os quadros são construídos manualmente, garantindo uma qualidade e resistência bastante elevadas.

 

 

 

A Casal está a apostar forte na Bossini,  sendo notório o esforço de produção em torno deste modelo.

 

A esmagadora maioria dos componentes é 100% produzida na própria fábrica

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A Casal pretende alterar a sua imagem junto do público e para alcançar esse objectivo o controlo do nível sonoro será um dos pontos de maior importância

 

A técnica

 

Como já vimos, em termos de conjunto motor/caixa, a Bossini recorre ao propulsor M147 de duas velocidades e que apesar de revisto com a introdução do arranque eléctrico, começa já a acusar o peso dos anos em termos de soluções técnicas, mas mantém-se bastante actual em termos de comportamento. O grupo termodinâmico de 49,9cc tem cotas praticamente quadradas, beneficiando o comportamento a médio regime e a alimentação está a cargo de um carburador Bing de 17mm, que em grande parte é responsável pelas boas prestações deste motor (é o propulsor que usa o maior carburador dentro deste segmento) mas que apesar de barato e facil de afinar tem algumas características do tempo em que o mar morto ainda não estava doente e realmente a Bossini merecia mais atenção neste aspecto, até porque não é muito facil chegar ao carburador e este não é um fenómeno de fiabilidade.

 

A ciclística é simples e assenta num quadro monotubular constrído em chapa.

 

A admissão é controlada pela fralda do pistão o que, curiosamente, não impede que este motor disponha de uma enorme faixa de utilização, muito embora não demonstre aquele tremendo binário nos baixos regimes característicos de alguns modelos importados, mas é docil e tem potência mais do que suficiente em todos os regimes de rotação e como em equipa que ganha não se mexe, o melhor é nem pensar em lamelas para este motor, pois só serviria para complicar e encarecer a construção e assistência, diminuindo em parte a resistência que caracteriza este motor ( já imaginaram os "racings" que para aí andam a atormentar a vida de todos nós com as Boss artilhadas quando descobrissem uma coisa esquisita entre o carburador e o cilindro?

Deitavam-na logo ao lixo e depois mandavam a moto ao "garageiro" reclamando que não a conseguiam pôr a trabalhar).

A potência máxima não é muito elevada- 2,5cv às 5500 rpm- mas está dentro da média e, como já referi, apresenta-se disponível em qualquer regime de rotação sendo o ideal para este tipo de veículo. O escape, apesar de não ser particularmente bonito, encontra-se bem enquadrado nas linhas exteriores da Bossini e está bem disfarçado pelo protector de calo, tornando-se assim mais agradável à vista e cumpre bastante bem a função de silenciar os ruídos dos gases. Ainda a respeito do motor, uma boa nota para o arranque eléctrico que funciona às mil maravilhas.

 

Observe-se a colocação do arranque eléctrico ( na extremidade esquerda do cárter)

 

A caixa de velocidades também não sofreu alterações, possuindo duas relações com accionamento por garfos e apesar de macia é barulhenta, lenta e pouco precisa, sendo este um dos pontos mais negativos deste motor. Tendo em atenção a brilhante caixa do motor de seis velocidades da casa de Aveiro e uma vez que os cárteres foram alterados para a introdução do arranque eléctrico, era de esperar mais desta caixa de duas velocidades, mas também aqui o orçamento não permitiu. Note-se que a Bossini é o único modelo deste segmento a apresentar caixa de velocidades- toda a concorrência possui variadores contínuos- o que deixa este modelo em vantagem pelo facto de ser uma opção única, independentemente das vantagens e desvantagens de um ou outro sistema.

O amortecedor  traseiro é da casa Italiana Sebac, o que demonstra bem o cuidado posto na escolha dos componentes.

 

É sem dúvida na parte ciclística que mais se nota a evolução deste veículo. A suspensão traseira é controlada por um amortecedor hidropneumático da casa italiana Sebac ( já nossa conhecidas das Aprilia) que é accionado directamente pelo braço oscilante ( sem bielas de progressividade). O funcionamento da suspensão é bom e apenas a regulagem está, a meu ver, menos acertada, sentindo-se para o meu peso (menos de 60kg) um excesso de pré-carga da mola, mas nada de muito grave. Já a suspensão dianteira, apesar de cuidadosamente construída, com o seu banho de crómio duro nas baínhas, não consegue trabalhar correctamente, o que se torna particularmente notório devido ao facto de - ao contrário do que acontecia com os largos pneus ( 2,74x14) da Boss- os finos pneus da Bossini não filtrarem de maneira eficiente as irregularidades da estrada obrigando a forqueta a exercer sózinha todo o trabalho. As bainhas têm um diâmetro demasiado reduzido, pouco curso e falta de hidráulico e já está na hora de fazer qualquer coisa a respeito, pois se num modelo normal a forqueta passava despercebida, numa realização brilhante como é esta torna-se um defeito grave e se a Bossini custasse ao público mais 10.000$00 mas estivesse equipada com uma forqueta tele-hidráulica de melhor qualidade estaria melhor posicionada para bater a concorrência e então seria possível dar à Bossini a nota máxima neste item.

 

O motor continua a ser Casal de duas velocidades usado nas Boss, mas bastante mais civilizado.

 

Os travões são de tambor em ambas as rodas, o que seria mais do que suficiente se conseguissem a progressividade e potência de travagem dos tambores das primeiras Boss com jantes de raios, mas na dianteira isso não sucedeu neste modelo por nós testado.

Esperemos que seja apenas um excessivo desgaste das maxilas devido aos muitos quilómetros da máquina testada. No entanto, o travão traseiro é excelente, quer em progressividade quer em potência. Uma última palavra para as jantes de alúminio de "16" que têm um desenho extremamente agradável e dimensões correctas para este tipo de veículo, com uma construção exemplar.

 

Um dos responsáveis pelo comportamento suave e silencioso do motor é o novo colector de admissão.

 

 
Ficha Técnica
 
Casal Bossini
 
Motor
 
Tipo - Monocilíndrico a 2 tempos refrigerado por ar.
Admissão - Controlada pelo pistão
Cilindrada - 49,9cc 
Diametro X Curso - 40 x 39,7mm
Taxa de compressão - N.D.
Potência maxima- 2,5cv/ 5500rpm
Binário maximo- N D
Alimentação - Carburador  Bing de 17mm
Ignição - volante magnético
Lubrificação - Mistura no reservatório de combustível (30:1)
 
Transmissão
 
Primária - Por engrenagens
Embraiagem - Multidisco a seco
Caixa- 2 velocidades
Final - Por corrente
 
Ciclística
 
Quadro : Monotubular construído em chapa
Suspensão dianteira: Forquilha telescópica
Suspensão Traseira: Sistema  monoamortecedor de acção directa.
Travão dianteiro: Tambor 
Travão traseiro: Tambor 
Pneu dianteiro: 16 polegadas
Pneu traseiro:  16 polegadas
 
Dimensões 
 
Comprimento máximo : 1790mm
Largura máxima: 600mm
Altura máxima: 1070mm
Distância entre eixos:  1220mm
Distância ao soloND
 
Outros dados
 
Marca-  Casal
Modelo- Bossini
Cores- Branco e preto
Preço-  175.000$00