Motas orientais de Portugal. |
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Reportagem original " Eastern Bikes from
Portugal". Retirada integralmente de
uma publicação Inglesa dos anos 70. Tradução para língua Portuguesa a cargo de www.motorizadas50.com O site www.motorizadas50.com com a publicação destas reportagens pretende partilhar informações importantes sobre marcas e modelos que infelizmente já não se produzem e que dificilmente voltarão às páginas destas publicações. Se os autores/ responsáveis por estas reportagens acharem que este site ao publicar estes textos está a ir contra os interesses das publicações, enviem por favor um e-mail para motorizadas50@gmail.com que as mesmas serão imediatamente retiradas...
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Motor Casal M131, um motor de 50cc para fins industriais.
Casal K190 Turismo produz 5.3cv às 7500rpm. Esta maquina de 50cc tem uma caixa de 4 velocidades. Casal K161 de 1967 estando disponível com arranque a pedais ou KickStart, fazendo dela a primeira motorizada da Casal.
Ao observar a exposição de qualquer grande loja de motorizadas, entre as peso-pluma Japonesas, certamente encontrará uma ou duas Casal. Apesar do estilo ser parecido com o das motorizadas vindas do país do sol nascente, elas de facto vêm de uma cidade de Portugal chamada Aveiro. Portugal nunca teve reputação na construção de motorizadas e motas, mas as coisas estão a mudar e existe lá uma industria em expansão.. As principais empresas são a SIS e a Casal, apesar de existirem outros construtores de menor dimensão. Enquanto que a SIS fabrica motorizadas de 50cc com motor Sachs importado, a Casal produz os seus próprios motores e componentes de motorizadas. Por um lado a história da Casal podia ser como a da Honda, só que numa escala muito menor e com um progresso mais lento. Não sendo Portugal um dos países mais ricos, os meios de transporte baratos têm sido um dos bens mais procurados nos ultimos anos. O clima é muito agradável para viagens em duas rodas e são basicamente estas as principais razões para a criação e crescimento de uma indústria nacional de Motas e Motorizadas. Curiosamente a empresa Casal de início não tinha previsto construir Motociclos. O Senhor João Casal formou a sua empresa em 1953 para produzir motores. Inicialmente estes destinavam-se à agricultura e indústria, mas também foram construidos outros para várias outras fábricas instalarem nas suas Motorizadas. Olhando para os pequenos motores Casal constata-se que os carteres pelo menos relembram os da grande marca alemã da Zundapp. Não é uma surpresa, se soubermos que quando o sr. Casal formou a sua empresa contratou técnicos da Zundapp que estiveram ao seu serviço pelo menos até 1971 Todos os motores Casal produzidos até hoje foram construções a dois tempos, mas isso poderá mudar no futuro. Construindo a sua nova fábrica em 1953 em Aveiro, uma cidade com 30.000 habitantes, o sr. Casal cedo viu uma boa possibilidade do mercado interno absorver o seu produto. É fundamental a conquista do mercado interno quando se quer exportar para o estrangeiro. Na verdade mesmo hoje em dia cerca de 80% da produção da Casal é vendida em Portugal! Os motores, a maior parte deles com turbina de ar, vendem-se bem, e foi em 1965 antes do primeiro veículo Casal ser produzido. Foi de facto um motor de Scooter chamada Carina S170. Tratava-se de uma 50cc a 2 tempos com potência de 5.2cv às 7300rpm. A corrente traseira é em banho de oleo e é um modelo que prova ser popular. A primeira Motorizada surgiu em 1967 e tratava-se da K160 de duas velocidades. Muito normal nas motorizadas, foi acompanhada pela K161, possuindo esta arranque a pedais ou kickstarter. No meio disto a empresa mudou o nome para Metalurgia Casal SARL tornando-se uma Sociedade Anónima de Responsabilidade limitada. As motorizadas provaram ser tão populares como a Scooter e os motores vendem-se muito bem. A fábrica apresenta um aumento de 30% ao ano. Casal S2, uma maquina com 2 velocidades no punho e 2.5cv.
Casal SS4 Super Sport desenvolvendo 5.2cv às 7500rpm do motor de 50cc Quando em 1970, foi acordado que a fábrica Casal se deveria tornar independente dos Consultores da Alemanha Ocidental, foi necessário recrutar Engenheiros novos vindos das Universidades Portuguesas. A troca no pessoal coincidiu com a evolução da corrente situação e determinou a forma como a empresa deveria direccionar os seus esforços no futuro. Os Japoneses eram obviamente as pessoas a observar, e os Engenheiros olham cuidadosamente para os tipos de maquinas que eles farão no futuro e em grande quantidade. Uma novidade de grande importância. Foi revelada uma nova mota de 125cc, a K260. Com muito bom aspecto, apresenta um quadro em aluminio, 5 velocidades e debita 12 cv às 7000rpm. Indubitavelmente, a produção desta linha de montagem demonstrou que os portugueses aprenderam muito com os seus tutores, e podem produzir motorizadas de grande qualidade. Depois de uma tão grande expansão, a empresa começa a ter um grande interesse na exportação. As primeiras motorizadas entraram na Dinamarca em 1968, mas agora outros países estão na mira. Um tentáculo da fábrica será brevemente aberto em Angola, a qual servirá para cobrir os países do Sul de Africa. Outros países serão brevemente abastecidos directamente por Aveiro. Casal K270 de 125cc a 2 tempos e a K280 de 250cc de 1975, equipadas com travão de disco na roda da frente. A Classe de 50cc e também a de 75cc foi um grande negócio para a Casal nos inicios da década de 70. Foram estas as classes onde a Casal ganhou maior sucesso. Uma grande quantidade destas motorizadas sairia dos portões da fábrica nos anos seguintes: Verdadeiras Turisticas com arranque a pedais, motores de turbina de ar e correntes totalmente tapadas: Modelos desportivos para atrair a juventude, e mesmo pequenas motorizadas Trail.
Muitas motorizadas têm sem duvida um aspecto oriental e isso é uma jogada sábia. O público que procura estas pequenas motorizadas é atraido por esta concepção e a Casal benificiou com isso. Mas de nenhuma forma a Casal copiou os Japoneses, seguindo meramente as suas tendências. As mais desportivas 125cc foram produzidas, sendo a K270 a de maior interesse. O motor é praticamente igual ao utilizado na K260., Muito atraente para os jovens, a K270 vem equipada com um travão de disco frontal e tem uma imagem muito desportiva. Enquanto a produção de Motociclos e Ciclomotores se faz a bom ritmo, o desenvolvimento de maquinas de maior capacidade continua. Foi comunicado que a 125cc de motocross se encontrava em testes mas não apareceria ainda em 1976. O que apareceu em 1975 foi uma nova 250cc de estrada, a K280. Inteiramente nova, motor incluido, é uma mota muito atraente, uma dois tempos na melhor tradição da Casal. Tem um longo escape e um travão de disco na roda da frente. Ainda não foi produzida, devido ao facto da Casal ainda continuar com a mota em testes. Certamente promete vir a ser uma excelente maquina. Há também noticias de que a Casal está a desenvolver motores de 350 e 500cc, rompendo com as suas tradições, devido ao facto de serem motores a 4 tempos. Tal como a Honda, a fábrica Casal quer produzir automóveis. Em 1976 já foram tomadas deligências para esse fim.
Duas vistas da Casal K186 Phanton 5, uma motorizada desportiva de 5 velocidades comandadas pelo pé. É apresentada com novos travões de tambor à frente e atrás. O senhor Casal nunca sonharia que a sua fábrica fosse crescer tanto. Novos edificios foram construidos com o passar dos anos; Eles cobrem mais de 17.000m2 e ainda vão crescer mais! A força de trabalho cresceu igualmente, e hoje são mais de 1000 pessoas. E não é para afrouxar o ritmo, pois será muito maior no futuro. Qualquer dia a produção de Portugal poderá vir a ser mais identificada quando se falar em Casal do que quando se falarem nos famosos vinhos de origem Portuguesa! A K260 de 1972 foi o primeiro modelo a sair para a rua depois da troca dos Alemães pelos Portugueses. |