Simplicidade |
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Esta reportagem foi integralmente retirada de uma revista Motojornal dos anos 90. O texto é da responsabilidade de Pedro Vitorino e as fotos de Photocourse. O site www.motorizadas50.com com a publicação destas reportagens pretende partilhar informações importantes sobre marcas e modelos que infelizmente já não se produzem e que dificilmente voltarão às páginas destas publicações. Se os autores/ responsáveis por estas reportagens acharem que este site ao publicar estes textos está a ir contra os interesses das publicações, enviem por favor um e-mail para motorizadas50@gmail.com que as mesmas serão imediatamente retiradas... |
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A Famel parece estar determinada a renovar toda a sua gama e assim apresentou a Scootorino, um veículo bastante simpático e de linhas muito caracteristícas, fazendo apelo ao novo motor "automático" que parece ser a grande coqueluche da marca.
A Scootorino não é mais que a evolução de um modelo já conhecido, a Yuppie, mas agora com um novo motor de variador. Esta "motinha"- sem qualquer sentido depreciativo- será ideal para quem queira um transporte relativamente barato, em especial para os mais novos, que nunca tiveram qualquer tipo de contacto com o mundo das duas rodas, ou mesmo para quem agora está de férias e quer um transporte para ir do apartamento ao quiosque comprar o jornal. Sendo um veículo com uma estética muito própria, o Scootorino apresenta-se com um desenho simples e apelando a essa simplicidade, a Famel lançou uma máquina que se apresenta sem "grandes luxos" mas bastante prática e robusta e com todos os componentes bem integrados no conjunto.
O motor "automático" que representa a modernização da Famel.
Acabamentos:
Neste capítulo já tinhamos notado, com a Olimpic, que a Famel pretendia fazer grandes melhorias. Assim, a Scootorino possui uma pintura de boa qualidade tal como os componentes plásticos e todos os acabamentos, podendo melhorar-se um pouco a zona entre o assento e o suporte de bagagem, mais propriamente no local do depósito de combustível. O painel de instrumentos é bastante simples, possuindo para além do velocimetro e totalizador de quilómetros que indica a velocidade instantãnea de uma forma bastante irregular), luzes avisadoras de máximos e piscas, embora os piscas sejam equipamento opcional. O canhão de ignição também fica neste local. Os comandos apresentam-se todos no punho esquerdo e com o acelerador apenas no lado direito. Este modelo possui arranque eléctrico, o qual funcionou sempre perfeitamente. Os espelhos retrovisores dão um ângulo de visão apropriado e com poucas vibrações. O equipamento optico funcionou sempre bem, sendo de realçar que o farol traseiro possui uma luz de stop que sobresai muito bem sobre a de presença. A Scootorino possui ainda um suporte para bagagem na traseira.
O Scootorino apresenta-se bastante fácil e prático de conduzir.
Motor:
Tal como já dissemos, o motor que equipa este modelo é o novo "automático" da marca - o mesmo que equipa a Olimpic- com características técnicas que nada ficam a dever aos motores de outras marcas estrangeiras. Este monocilíndrico de 49,9cc, equipado com um carburador Mikuni, ( aliás os únicos elementos do motor que não são feitos na Famel são o carburador e a parte eléctrica), desenvolve potência suficiente para a Scootorino enfrentar todas as situações, nunca reclamando, mesmo perante subidas acentuadas. A Famel acertou ao apostar no fabrico de um motor com estas características. Apenas seria de rever um aspecto: o motor esgota facilmente, talvez devido ao facto de ter sido projectado com uma relação mais própria para a Olimpic que possui jantes de 14 polegadas, assim como a Scootorino tem jantes de 10 polegadas, é natural que o motor esgote facilmente provocando algumas vibrações, além de levar a Scootorino a atingir uma velocidade máxima um pouco reduzida.
Na frente temos uma forquilha telescópica e um travão de tambor, que poderiam funcionar melhor.
O monoamortecedor traseiro tem um comportamento bastante duro em mau piso.
Só é pena não haver um indicador do nível de combustível.
Comportamento:
Com dimensões reduzidas, principalmente na altura, o Scootorino permite uma condução bastante despreocupada e acessível a pessoas de estatura reduzida, embora para alguém com mais de 1,80m tenha uma posição de condução algo estranha, principalmente devido à colocação muito baixa do assento, com o volante e os poisa- pés numa posição algo elevada, fazendo avançar muito os joelhos, mas como a maior parte dos seus condutores deverão ser "pequenos jovens" não haverá grande problema. No respeitante às suspensões é de realçar a dureza destes elementos, principalmente o amortecedor traseiro, que faz saltitar toda a traseira quando circulamos em mau piso. Na frente, a forqueta hidráulica telescópica também evidencia um comportamento que poderia ser melhorado. Ja chegou a altura dos fabricantes nacionais se preocuparem mais com as suspensões. Também nos travões poderia haver uma melhoria significativa em termos de potência de travagem, pois embora sejam bastante progressivos revelam-se pouco potentes, mas só em situações extremas.
O escape de grande dimensão emite um nível de ruído bastante baixo.
O equipamento pneumático deixou-nos surpreendidos pela positiva, pois não costuma ser normal os costrutores nacionais darem destaque a este capítulo, o que a Famel aqui fez, e ainda bem, pois para uma "acelera" com jante de 10 polegadas é bastante importante o equipamento pneumático. Tanto a curvar como em travagem os pneus que equipam a Scootorino revelaram uma grande aderência, permitindo rodar com toda a segurança. Embora o assento permita o transporte de um passageiro, não existem poisa-pes para um segundo ocupante.
Este modelo revelou boa aderência em curva, principalmente devido à boa qualidade dos pneus.
Conclusão:
A Scootorino poderá ser um modelo bastante prático e útil para as pequenas deslocações, ou para quem o factor económico pese bastante. Com um motor agradável e que dá indicios de boa qualidade, seria óptimo se a Famel conseguisse rever os principais pontos fracos da Scootorino ( suspensões e travões), pois todo o restante está de acordo com o segmento onde se insere este modelo. A Famel mostra que está interessada em seguir o caminho positivo na evolução dos seus modelos, notando-se uma grande preocupação nesse sentido. A Scootorino é um modelo sem grandes pretenções mas é sempre uma hipotese válida. Só é preciso gostar.
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