Forvel 125cc.

Esta reportagem foi integralmente retirada de uma revista A Moto dos anos 70. O texto  e as fotos são da responsabilidade de F. Matos e Silva Pinto.

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Como tinhamos noticiado no número anterior, vamos hoje apresentar o teste da nova Forvel 125cc, com motor Hodaka.

Aquando da nossa visita à fábrica, fomos gentilmente recebidos, pelo director técnico Eng. Lobo, Eng. Cachim e administrador Lino Santos, com quem tivemos uma pequena conversa, onde nos deram a conhecer os problemas que se apresentaram no fabrico desta moto, bem assim os planos da marca para um futuro próximo.

Um dos maiores problemas que se apresenta actualmente a um fabricante nacional, é o da indústria subsidiária, pois esta não se encontra apta a fornecer o respectivo mercado. Como exemplo deste problema o facto, que tendo a Forvel enviado para "Benelux" (que representa para a marca 30 por cento da sua produção) uma moto deste seu ultimo modelo, a fim de ser aprovado, para posteriormente ser lançado no mercado, o único problema com a inspecção, foi o referente à instalação eléctrica e ao farol que não se encontravam de acordo com as normas vigentes. O mesmo se passou com o cabo utilizado no acelerador e bomba de óleo, pois sendo necessário que este cabo tenha um certo grau de flexibilidade, não é possível encontrá-lo no mercado, nem se encontra quem o fabrique, apesar dos esforços empreendidos nesse sentido, sendo a única solução para a Forvel a sua importação, apesar dos problemas que isso acarreta.

Como planos para o futuro, está prevista uma nova ida ao Japão a fim de tomar contacto com o novo motor de 125cc, (16,6cv) que será aplicado num modelo "Trail" já em projecto que deverá ser lançado no mercado em fins de Setembro. Uma nova "cross" encontra-se já em fase de acabamento, bem assim como uma "super concorde" e uma automática de duas velocidades. Com este modelo de 125cc a Forvel lança-se no mercado da motos e fá-lo numa cilindrada que é aquela que tem mais venda entre nós e onde a concorrência é maior.

Logo que ficaram prontas as primeiras unidades, elas foram entregues aos distribuidores da marca, a fim de serem experimentadas e apresentarem os problemas encontrados, que segundo a maioria foram:

1- Colocação de um visor no depósito

2- O Kick cria folga.

 

Motor e performances.

 

O motor Hodaka é fabricado no Japão, sendo a sua produção quase totalmente absorvida pelo mercado Americano, onde estes motores são aplicados em motos de todo o terreno e cross.

A posta em marcha, segue as normas actuais, facilitadas pelo facto dos carburadores incorporarem comando de estrangulador de ar. O curso do Kick é elevado, não sendo também a sua colocação a melhor.

Este motor, possui uma excelente potência e suavidade, apesar de os "cavalos" aparecerem com rapidez, sempre que são solicitados.

 

Vista pela frente.

 

O consumo desta máquina é notável, não ultrapassando os 3l/100km. Para este consumo muito contribuiu a troca de gigleur que passou de um 180 para um 140.

Sendo este modelo uma moto de estrada, deveria ser estudada outra relação de caixa. Ao engrenar-se a quinta velocidade a potência descai muito, contribuindo para isso o facto das três primeiras velocidades serem muito curtas, parecendo-nos a relação de caixa estar mais de acordo com uma moto de todo o terreno. Devido ao facto atrás referido essa moto necessita de muita utilização de caixa, para que a potência não caia demasiado.

A velocidade de ponta é da ordem dos 120km\h, que se atingem com relativa facilidade.

 

Estética.

 

O estilo desta moto, não está longe do das suas irmãs mais pequenas. Não atingindo um estilismo apurado, esta máquina, dá uma nítida impressão de robustez, que nos parece de acordo com a fisionomia desta máquina, virada para o uso do trabalhador, que a utiliza como meio de transporte para se deslocar para o seu emprego.

Vista de frente a moto possui uma excelente beleza.

Um dos elementos que mais gostamos nesta moto foi o seu depósito, que se enquadra perfeitamente no estilo desta máquina, formando um excelente conjunto com o selim.

 

Vista geral da parte inferior da Forvel 125.

 

Acabamento.

 

Na generalidade o acabamento parece-nos razoável, havendo no entanto pontos a rever.

O que mais nos desagradou nesta moto, foi o mau acabamento do kick que para além de ter uma posição deficiente, se torna incómodo não deixando que a perna se aconchegue ao chassis. Também o suporte que fixa o escape, deverá ser revisto.

Uma falta que se faz sentir é o da falta de um compartimento para documentos e ferramenta, que facilmente poderia ser colocado, debaixo do selim, visto este ser de levantar. As tampas laterais onde está alojado o filtro, têm um processo de fixação deficiente.

 

Conforto.

 

O conforto é um dos melhores atributos desta moto, possuindo uma excelente posição de condução, para uso turístico.

As suspensões atrás e á frente são da famosa marca Betor. A de trás é excelente em qualquer tipo de piso, a da frente é muito branda, notando-se especialmente este defeito quando se emprega uma condução em que as travagens são muito apuradas. Julgamos que com o emprego de outro óleo na forqueta se conseguiria atenuar este problema.

 

Depois de algumas experiências que fizemos, a Forvel demonstrou-nos ser uma boa máquina na classe 125cc do que há em Portugal.

 

Travões e luz.

 

Esta máquina possui um travão dianteiro que nos agradou bastante, correspondendo a todas as solicitações feitas, não acusando "fadding", mesmo quando utilizado em travagens muito apuradas.

O travão traseiro, não oferece as condições do dianteiro, sentindo-se uma falta de tacto.

 

Aspecto dos manómetros, que são de razoável aparência.

 

No referente à luz, não podemos testar as suas qualidades, parecendo-nos no entanto que deve cumprir as suas funções. Quanto ao piloto traseiro este cumpre excelentemente as suas funções, para o que contribui as suas boas dimensões.

 

Os amortecedores de trás mostraram-se com boa segurança.

 

Vista por trás.

 

Falando à nossa reportagem a equipa técnica da Forvel, em primeiro plano o Eng. Lobo e o administrador Lino Santos.

 

Características técnicas
     
quadro
     
Em tubo de aço tipo duplo berço  
     
Suspensão
     
Frente Forqueta telescópica hidráulica
Trás Amortecedores hidráulicos 350
     
rodas
     
Jante 1,85BX18
Pneu 2,75-18 (frente) 3,00-18 (trás)
Travões Tambor 160
     
Iluminação
     
Farol 6v 35/35w
Stop 6v/20w
Bateria 6v/4Ah
Farolim 6v/5w
     
Dimensões
Comprimento 2000mm
Largura 800mm
Altura do selim 800mm
     
Capacidades
     
Depósito de gasolina 9,4l
Óleo do motor 600cc
     
Performances
     
Velocidade máxima 120km/h
Consumo 3,5l 1/cvh
     
Motor
     
Hodaka mod. 125-03- monocilindrico a 2 tempos
     
Lubrificação
     
Auto- lubrificação (32:1)
     
Diâmetro/ Curso
     
56x50mm
     
Cilindrada
     
123cc
     
Taxa de compressão
     
7,3:1
     
Potência (HP)
     
11,3HP a 7900 rpm
     
Transmissão
     
Caixa de velocidades 5 velocidades
Embraiagem Em banho de óleo
     
Arranque
     
Alavanca de pé
     
Ignição
     
Por magneto 6v 45w

 

 

Aspecto exterior do Hodaka que equipa esta nova Forvel 125cc. O preço desta máquina anda à volta dos 65.000$00