SIS- Sachs. Uma fábrica bem dimensionada.

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Quando decidimos lançar a «Motojornal» uma coisa que ficou bem assente foi que procurariamos inteirarmo-nos da situação real da indústria portuguesa de motociclos e começarmos a nossa ronda pelos fabricantes nacionais, pela SIS- Sachs.

Todo o sector se queixa que se verifica uma retracção do mercado de motociclos ou velocípedes, como lhe queiram chamar. Na opinião da SIS existe efectivamente uma retracção no mercado e por esse motivo houve que dimensionar a produção para poder fazer face a essa mesma retracção. Por outro lado, é necessário descobrir uma formula que permita fazer subir as vendas e neste campo soubemos que os homens da SIS já se estão a mexer, estando para breve o lançamento de uma iniciativa comercial que poderá dar bons resultados. Por enquanto essa iniciativa ainda está no «segredo». Fomos encontrar uma empresa que nos pareceu bem dimensionada no seu sector industrial e de planeamento.

Apesar de já se estar a trabalhar em força no projecto Yamaha, os modelos nacionais não deixam de ter toda a atenção por parte dos técnicos da empresa

Começamos por ver como se fabrica uma motorizada desde a entrada das matérias em bruto até à sua forma final. É curioso ver como as barras de aço e de tubos, que ao princípio não nos dizem nada, se pode fazer uma motorizada.

Desde o quadro à caixa de velocidades passando por mais de 40 por cento do motor tudo é feito na fábrica. Até as próprias ferramentas para fazer as peças são executadas pelos técnicos da SIS.

Na parte dos motores a SIS utiliza o «Know How» da Sachs mediante o pagamento de «royalties», mas isto não quer dizer que já não tenham sido introduzidas alterações técnicas sugeridas pela própria empresa. De uma maneira geral sempre foram aceites pelos alemães. A realidade é que os técnicos portugueses estão mais dentro das necessidades das máquinas para o nosso mercado que os alemães e por isso muitas vezes são obrigados a «descobrir» soluções para problemas mais dificeis.

Foi-nos referido que as motorizadas portuguesas são muito mais resistentes que as estrangeiras dado que são utilizadas em condições muito diferentes das outras.

Nós temos más estradas e geralmente as máquinas andam sempre com um segundo passageiro o que não é usual nas 50cc, noutros países da Europa. Portanto as nossas motorizadas têm que estar mais preparadas para resistir a outro tipo de solicitações que as suas irmãs europeias. Em Portugal a motorizada de 50cc é utilizada, na sua esmagadora maioria, como elemento de trabalho ou transporte. Na maioria dos países da Europa a motorizada de 50cc é utilizada para percorrer pequenas distâncias e só com uma pessoa. É aqui que os técnicos portugueses têm que pôr a sua imaginação em funcionamento e encontrar as soluções para os problemas. De referir que a concepção do veículo em si é toda dos dos técnicos da SIS. O quadro, o modelo, as pinturas, as suspensões são o resultado do trabalho do gabinete de estudos que faz as máquinas consoante as solicitações comerciais. Podemos verificar que a SIS tem tido o cuidado de acompanhar de muito perto o que se está a fazer por essa Europa e na altura devida introduz as alterações que julga serem do interesse do público, e até aqui ainda não teve maus resultados.

A SIS é uma empresa já com vários anos de laboração que é o resultado da fusão de duas firmas mais pequenas. O seu fundador foi o pai do dr. Olácio Almeida actual membro do conselho de administração, juntamente com o dr. Odillon Amado, José Balreira e José Neves. O responsável pelo sector comercial é o senhor Manuel Vieira.

A empresa tem neste momento cerca de 420 empregados, e está a produzir uma média de 108 motores\dia que utiliza para o seu próprio consumo e para vender a outros fabricantes que os aplicam nos seus modelos. Antes do período de férias a empresa estava a montar cerca de 900 motos\dia.

No ano passado a empresa facturou um milhão de contos vendendo cerca de 15000 veículos, que a colocou como o maior fabricante nacional.

 

Uma panorâmica geral da zona de fabrico de motores.

 

Os tubos de aço são cortados para depois seguirem para as secções respectivas.

 

Uma das prensas onde são estampadas algumas peças, por exemplo os depósitos de combustível.

 

Secção de soldadura dos depósitos de combustível.

 

Montagem dos motores.

 

O produto acabado, em armazém.