P.S- Esta biografia pode conter alguns erros, falhas ou imprecisões históricas. Se encontrar algum, agradecia que me informasse através do e-mail do site
Um pouco de Historia.... |
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A Macal. | ||
*Agradecimento especial ao Sr. Ernesto Caetano. Sem a sua preciosa ajuda, teria sido impossivel realizar a biografia desta marca.
Macal- Manuel Caetano Henriques e Companhia LDA. A Macal foi fundada em 1921 por Manuel Caetano Henriques, um simples alfaiate. Posteriormente, e com a ajuda da esposa Rosa de Oliveira Batista, do filho mais velho Fernando de Oliveira Caetano e ainda de alguns aprendizes, começou a fabricar componentes para bicicletas. A empresa foi crescendo, e foi necessário admitir mais funcionários, assim como realizar novas instalações fabris. Por volta de 1955, Manuel Caetano, formou definitivamente a firma M. Caetano Henriques e Cª. LDA., "oferecendo" sociedade a alguns dos seus primeiros aprendizes. Desses aprendizes, constavam os nomes de António Marques Miranda, Ernesto Ferreira de Oliveira, José Mota, para além do seu filho Samuel de Oliveira Caetano. Devido a divergências entre o seu filho Samuel e António Miranda, Manuel Caetano, juntamente com a familia Graça e com Miguel de Almeida e Silva (genro), fundam a firma Sociedade Comercial do Vouga. Nos finais da década de 50, deu-se a entrada de uma pessoa que com a sua experiência ajudaria a Macal a entrar no ramo do Motociclismo. Entrou para a sociedade, Isaac de Oliveira Caetano( filho mais novo de Manuel Caetano Henriques) e ex. Campeão Nacional de Motociclismo na classe de 350cc. Isaac Caetano, correu aos comandos de uma BSA Gold Star 350cc. Nessa altura, iniciou-se o fabrico de componentes para ciclomotores. Em 1957, morreu Manuel Caetano Henriques, desaparecendo assim o Homem que deu o nome e fundou a marca. Na década de 60, Isaac de Oliveira Caetano, iniciou o desenvolvimento de ciclomotores próprios, surgindo assim os primeiros Ciclomotores Macal. Isaac Caetano, com os conhecimentos adquiridos com as motos Inglesas com que correu (BSA e Norton), desenvolveu todos os Ciclomotores Macal, utilizando tecnologia Inglesa. Nessa altura, tudo era realizado nas instalações fabris da Macal, como por exemplo: quadros, suspensões, guiadores, parafusos, escapes, etc... Das mãos de Isaac Caetano, sairam modelos que ajudaram à notoriedade da marca. Esses modelos foram : Clipper; Vanguard; M50 e M50 modelo Algarve; Vanguard H4 (com motor Honda a 4 tempos e 4 velocidades); M70 e M70 H5 (motor Honda a 4 tempos e 5 velocidades); Husky (com rodas 12' e com motor Casal de 2 velocidades); GTX/Sport Especial (com quadro inspirado na escola Italiana SWM); M80( evolução do modelo GTX/Sport Especial); M70 DS; Porsche GT; 2100; Cross competição; Marisa; assim como toda a gama Minor, nos modelos de Senhora e Homem. No final da década de 60, entrou para a sociedade Querubim Branco, que juntamente com Isaac Caetano, António Marques Miranda, Ernesto Oliveira e Artur Marques Gomes, começaram a mudar o rumo da empresa. Iniciou-se a representação para Portugal da linha de floresta da Husqvarna. Foi criada a Ciclo Órbita, juntamente com a Sociedade Comercial do Vouga e com a Miralago. Na década de 70, a Macal iniciou a produção de cubos para as rodas dos seus veículos. Os cubos eram fundidos na Sonafi (Sofi) e maquinados na Macal. Este modelo de cubo, foi posteriormente fornecido à SIS-Sachs para equipar o famoso modelo V5. No final da década de 70, a Macal iniciou uma parceria com as firmas Catalãs Nagesti e Akront, para o desenvolvimento de uma jante especial em aluminio totalmente desmontável. Posteriormente, este tipo de jante passou a ser totalmente fabricada em Portugal, cessando a sua produção quando a Metalurgia Casal fechou, já que as ultimas séries de aros foram produzidas nesta empresa. Na década de 80, graças ao aumento de produção (cerca de 90 unidades por dia), foi necessário aumentar as instalações e admitir mais funcionários. Com a construção de um pavilhão novo, nasceu a Macal Husquevarna, nascendo assim uma nova equipa de pesquisa e desenvolvimento formada por Isaac Caetano, Eugénio de Almeida (ex. Honda, Suzuki, Confersil e Sirla), Engenheiro Trigueiro Lobo (ex. SIS-Sachs e Forvel), Rosário Martins (ex. SIS-Sachs). Desta equipa nasceram os modelos: TR50 (evolução do modelo M80); TT50(evolução do modelo Sport Especial); Cross Competição II; Trail I e Trail II; M86. Na década de 80, verificou-se a entrada dos motores Minarelli( linha de montagem na foto), na gama de modelos da Macal. Até essa altura, a Macal usava motores Casal( 2, 4 , 5 e 6 velocidades), Zundapp ( 4 e 5 velocidades) e Sachs (5 velocidades). Acontece que todos os anos, os fabricantes nacionais de motores (Casal, Famel e SIS) subiam os preços dos motores, acordando entre eles que subiriam o preço das motorizadas em função da subida do preço dos motores. Esta medida fazia com que as marcas nacionais não produtoras de motores(conhecidos por montadores), casos da Macal, EFS, Sirla, entre outros, pudessem ter preços competitivos. O problema desta medida é que nunca era cumprida, já que os fabricantes nacionais de motores (Casal, Famel e SIS), suportavam o aumento do custo das matérias primas com a diferença de preços praticada pela venda de motores aos montadores (Macal, EFS,Confersil, Sirla, etc), criando grandes problemas aos sectores comerciais destas empresas. A EFS, aborrecida com esta situação, decide começar a comprar motores Kreidler, Puch e Minarelli. A Macal, por sua vez, tentou fazer um acordo com com a firma Espanhola Derbi, mas chegou rapidamente à conclusão que o motor Derbi não era apropriado para o mercado nacional. Assim, Querubim Branco, que chefiava o sector comercial da Macal, teve de continuar a vender Ciclomotores equipados com motores produzidos em Portugal. O motor Sachs era usado em 50% dos modelos da Macal, o motor Zundapp em 25% dos modelos, e o motor Casal era também usado em 25% dos modelos. Entretanto, a EFS começava a ter graves problemas económicos, logo após a morte de Ernesto Sucena. Ernesto Caetano, que entretanto começara a trabalhar na Macal, teve conhecimento dos problemas económicos da EFS, ficando a saber que a EFS não iria comprar mais motores Minarelli. Perspectivando um bom negócio, Ernesto Caetano pressionou Querubim Branco para que este contactasse a Motori Minarelli. Só que Querubim Branco, com má impressão dos motores Italianos, decide não contactar. Apesar deste revés, Ernesto Caetano não desistiu da sua ideia e pediu a Isaac Caetano e ao Engenheiro Trigueiro Lobo que contactassem a Motori Minarelli na Feira Bienal de Colónia, evento que os dois iriam visitar. O referido contacto aconteceu, e nasceu uma parceria bastante forte entre a Macal e a Motori Minarelli(Arteno venturi e Carlo Trenti na foto). Estava então resolvido o problema da Macal...... A titulo de curiosidade, refira-se que usualmente chamam aos Ciclomotores Macal; Ciclomotores Minarelli. O facto é que esta troca de nomes, é um rotundo erro, pois nem a própria Motori Minarelli quis que os motores equipados nos Ciclomotores Macal, tivessem a marca Minarelli. Numa primeira fase, os motores foram apelidados de motores Macal Minarelli e posteriormente só Macal. Na década de 90, influênciada pelas novas tendências, a Macal criou a gama Scooter. Inicialmente importou de Taiwan modelos da Herchee, rebatizando-os Macal. Posteriormente fabricou scooteres na sua totalidade (quadro, selim, escape, guiador, alguns plásticos, etc) Estes novos modelos de Scooter, utilizavam os novos motores Yamaha/ Minarelli modelos CY50 e MY50, herdando também o seu nome. Estes veículos foram todos desenvolvidos por Isaac Caetano e pelo Engenheiro Trigueiro Lobo, apesar de Eugénio Almeida ainda ter colaborado na realização de protótipos da Scooter CY50. Também nessa altura, a Motori Minarelli deixou de produzir a gama de motores "P"(P4; P6; RV4/6), deixando a Macal numa situação bastante delicada. Aos responsáveis pela Macal, só restavam duas hipoteses. Ou optavam pela montagem dos motores AM3/4/5, que iria provocar alterações radicais ao nivel do acopolamento desse motor ao quadro, ou continuavam a usar a gama de motores P4/6 e RV4/6 mas com fabrico próprio. Assim, a Motori Minarelli cedeu os moldes e todo o apoio técnico quase a custo zero e a Macal produziu para si e para outros clientes o motor Minarelli. Tendo necessidade de expandir os seus negócios, Isaac Caetano, Ernesto Caetano e o Engenheiro Trigueiro Lobo( Macal), assim como o Sr. António Silva (sócio da SIM, Sociedade Irmãos Miranda), deslocaram-se à Eslováquia, país onde o Sr. António Silva tinha bons contactos, a fim de verificarem a hipótese do fabrico de alguns componentes para os motores. Posteriormente, seriam finalizados numa nova unidade fabril realizada por capitais da Macal e da SIM. O processo esteve bastante avançado, mas começou-se a adivinhar problemas com o sector, e o projecto foi abandonado. Foi então que, em Agosto de 1997, a Macal Husquevarna teve problemas com um cliente nacional, assim como com um cliente Italiano, levando a firma Macal Husquevarna ao encerramento.... A firma M. Caetano, transformada em S.A. no início de 2001, devido à má gerência da primeira administração, aliada à profunda crise Europeia do sector, inviabilizou a sua recuperação . Os ultimos veículos produzidos foram os ciclomotores modelo M83 AM6 K5 H2o, e os Ciclomotores de Moto-cross Infantis, exclusivos para a firma Catalã de Motos (Macbor) Bordoy. As Macal/ Macbor foram desenvolvidas por Ernesto Caetano e Alex Llobet, e intensamente testadas em Portugal por André Caetano. Ainda durante esse periodo, a firma M.Caetano e C.ª S.A., produziu os quadros dos Motociclos AJP, assim como produziu e montou as ultimas trinta e uma séries de Bugas( Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro). Infelizmente, esta firma acaba também por fechar as suas portas em Maio de 2004.
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Curiosidades: Motores utilizados pela Macal: Rex- 3 velocidades de mão. Sachs- Saxonete; 2 velocidades; 4 velocidades turbina; 4 e 5 velocidades. Flandria- Automático e 4 velocidades. Puch- 4 velocidades de turbina. Zundapp- 3 velocidades; 4 velocidades de turbina; 4 e 5 velocidades. F.B.M- 3 velocidades de mão. Honda- 4 tempos, 4 e 5 velocidades. Casal- 2 velocidades; 4 velocidades de turbina; 4 e 5 e 6 velocidades. Minarelli- automático; 2, 3, 4, 5, 6 velocidades. Yamaha/ Minarelli- 125 YLC; 125 YPVS; CY50; MY50. Morini Franco- (gama Macbor).
Modelos produzidos: Clipper- (Isaac Caetano). Vanguard-(Isaac Caetano). M50 e M50 Algarve- (Isaac Caetano). Mini M50-(Isaac Caetano) (roda 12' com motor Casal de 2velocidades). Husky- (Isaac Caetano). M70- (Isaac Caetano). Astronauta- (Leonel Sousa) - modelo raro. GTX/Sport Especial- (Isaac Caetano). M70 Mini- (Isaac Caetano). GT- (Isaac Caetano). M70 DS- (Isaac Caetano). Marisa- (Isaac Caetano). M80- (Isaac Caetano). Cross competição I (Isaac Caetano). 2100 - (Isaac Caetano). 2100 Mini- (Isaac Caetano). TR50- (Eugénio Almeida). (Evolução do modelo M80). TT50- (Eugénio Almeida). (Evolução do modelo Sport Especial). M82- (Eugénio Almeida). M83- (Ernesto Caetano). (Evolução M80/TR50) Enduro Competição I -(Ernesto Caetano). (Evolução do modelo Cross competição I). Enduro CompetiçãoII- (Ernesto Caetano). (Especial para o motor Minarelli P6 Corsa Corta). Cross Junior- (Isaac Caetano). Trail I- (Isaac Caetano e Eugénio Almeida). Trail II-(Eugénio Almeida e Engenheiro Trigueiro Lobo). M86- (Isaac Caetano e Eugénio Almeida). Dakar 125 YLC (base da Malagutti Runner 1ª série). Dakar 125 YPVS (base da Malagutti Runner 2ª série). Dakar 125 YPVS Rallie (base da Malagutti Runner Rally). Dakar Junior 50cc (Eugénio Almeida). Scooter CY50 "Sting"- (Isaac Caetano, Eugénio Almeida e Eng. Trigueiro Lobo). Scooter Thunder-( Isaac Caetano e Eng. Trigueiro Lobo). VIH- (Isaac Caetano). Chip- (modelo derivado da Malagutti).
Modelos que nunca passaram da fase de protótipo. M70 125CC - motor Puch de 125cc. M50- motor JLO 50cc/ FPM 50cc. M50 Scrambler- motor Casal 50cc de 5 velocidades e Puch 50cc de 6 velocidades. Enduro Competição 125cc- motor Casal M232. Automático com motor Solo. M70 com motor Suzuki de 50cc e 6 velocidades. M70 com motor Suzuki de 100cc. Scooter 125cc- motor a 4 tempos da Yamaha/ Minarelli. Scooter 125/150cc- 4tempos com motor Piaggio.
Países para onde a Macal Husquevarna exportou Ciclomotores: Espanha; Angola; Grécia; Holanda; Itália; Alemanha; Inglaterra e Austria (Os ciclomotores Macal chegaram à Austria através do Importador Alemão).
Fontes consultadas: Investigação particular
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